boa noite, solidão!

Boa noite, solidão!

Já me aguardavas no meu leito

Para acompanhar-me na noite?

Do que devemos falar,

De devaneios, sonhos, ou paixão?

Boa noite, solidão!

Amiga incerta e vã...

Acaricia-me as lágrimas e se deleita em meu divã.

Queres desabafar, rir, chorar,

Aconselhar-me ou calar-me?

Boa noite, solidão!

Queira ao menos me ouvir agora,

Já que vieste de fora, para deitar-se comigo!

Seja de certo meu ombro amigo

Ouça minhas palavras, distinta senhora!

Algo maltrata meu peito

Flores denominadas amor!

O que fazer nesta hora, em que tudo se torna distante

E o que mais me parece constante és tu, solidão?

Leva consigo meu peito

E este amor que nem mesmo sei direito

Se posso chama-lo de amor!

E agora, de tristeza, fechei meus olhos

Boa noite, solidão!



Débora Santos





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segunda-feira, 2 de março de 2009

A VELA



A Vela


A vela.
Derretendo-se!
Sua pequena chama
Vai devorando sua substancia...
Ela vai consumindo-se.
Imóvel...
Seu fogo na leve dança
Embalado pelo sopro do ar, balança!
E derrama as borras
Por seu corpo
Como lágrimas.
Da dor que deveras sente.
Sem cessar, seu sangue corrente.
Ate que se consome por inteiro...
Deixando os detritos dela
O que antes fora uma vela!