boa noite, solidão!

Boa noite, solidão!

Já me aguardavas no meu leito

Para acompanhar-me na noite?

Do que devemos falar,

De devaneios, sonhos, ou paixão?

Boa noite, solidão!

Amiga incerta e vã...

Acaricia-me as lágrimas e se deleita em meu divã.

Queres desabafar, rir, chorar,

Aconselhar-me ou calar-me?

Boa noite, solidão!

Queira ao menos me ouvir agora,

Já que vieste de fora, para deitar-se comigo!

Seja de certo meu ombro amigo

Ouça minhas palavras, distinta senhora!

Algo maltrata meu peito

Flores denominadas amor!

O que fazer nesta hora, em que tudo se torna distante

E o que mais me parece constante és tu, solidão?

Leva consigo meu peito

E este amor que nem mesmo sei direito

Se posso chama-lo de amor!

E agora, de tristeza, fechei meus olhos

Boa noite, solidão!



Débora Santos





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sábado, 22 de outubro de 2011

Cartinha de amor

Quando esta singela carta de amor, tocar tuas mãos delicadas,
farão dois dias e uma madrugada que a teci com a pureza de um apaixonado
sua finalidade é infantil, diria que ate mesmo senil, mas sossegada!
tu que não és minha
tu que ainda me tens
tu que me enfada
tu que és rainha
tu que serás sempre minha
Esta noite mais que as outras
pensei em ti
e com uma saudade desesperada
estou tecendo esta pobre cartinha de amor,
manuscrevo para que lembres dos tantos versos que fiz a ti
para que talvez tu tenhas alguma saudade
desde singelo ser errôneo, que sabe te adorar!
lembre-se de mim meu amor
de quando me amavas!
tenha piedade deste pobre poeta senil
que lhe ama desde a primeira vez que a viu!