boa noite, solidão!

Boa noite, solidão!

Já me aguardavas no meu leito

Para acompanhar-me na noite?

Do que devemos falar,

De devaneios, sonhos, ou paixão?

Boa noite, solidão!

Amiga incerta e vã...

Acaricia-me as lágrimas e se deleita em meu divã.

Queres desabafar, rir, chorar,

Aconselhar-me ou calar-me?

Boa noite, solidão!

Queira ao menos me ouvir agora,

Já que vieste de fora, para deitar-se comigo!

Seja de certo meu ombro amigo

Ouça minhas palavras, distinta senhora!

Algo maltrata meu peito

Flores denominadas amor!

O que fazer nesta hora, em que tudo se torna distante

E o que mais me parece constante és tu, solidão?

Leva consigo meu peito

E este amor que nem mesmo sei direito

Se posso chama-lo de amor!

E agora, de tristeza, fechei meus olhos

Boa noite, solidão!



Débora Santos





todos os direitos reservados

sábado, 23 de março de 2013

É MADRUGADA



Com lágrimas nos olhos
É madrugada!
Está silencioso este espaço
Ora um barulho da noite, ora um soluço meu
Conversando com Meu Deus baixinho
Peço sabedoria,
Pois travei uma batalha ressonante com meu coração!
Não sei o que fazer
Estou perdida entre delírios ultrapassados
E a realidade violenta e fria desta madrugada
O destino, ou o acaso, ou meu desejo
Me trouxe surpresas surreais!
E eu não quero, não quero!
Quero a realidade do beijo teu,
Quero a delicia de sorrir contigo!
Quero poder errar em paz, e
Acertar vez em quando
Quero estar contigo outras madrugadas!
Pouco a pouco minhas lágrimas estão esvaindo-se...
Restando-me apenas um suspirar profundo.
Onde estou, senão no fundo?
No torpe e suspenso mundo
Mundo que eu mesma desenhei?
e agora tento apago este esboço sombrio
desta madrugada solitária
Sem alçar a delicia do beijo teu!

noite calada


na calada da noite, vagueiam meus passos a espreita dos teus
onde foi parar tua sombra,
que não mais me assombra?
os meus olhos se arrastam lentamente
feito molusco sossegado
pois não tem pressa dos teus
meus lábios beijam devagar a doçura lenta dos teus
pois não querem mais beijar
Onde andam minhas lembranças
Que se esqueceram de te lembrar?
Feito luz apagada
que não da noticia de nada
Não quero mais perguntar!
Só quero sonhar, na luz apagada
com a noite calada,
a ternura abandonada!