boa noite, solidão!

Boa noite, solidão!

Já me aguardavas no meu leito

Para acompanhar-me na noite?

Do que devemos falar,

De devaneios, sonhos, ou paixão?

Boa noite, solidão!

Amiga incerta e vã...

Acaricia-me as lágrimas e se deleita em meu divã.

Queres desabafar, rir, chorar,

Aconselhar-me ou calar-me?

Boa noite, solidão!

Queira ao menos me ouvir agora,

Já que vieste de fora, para deitar-se comigo!

Seja de certo meu ombro amigo

Ouça minhas palavras, distinta senhora!

Algo maltrata meu peito

Flores denominadas amor!

O que fazer nesta hora, em que tudo se torna distante

E o que mais me parece constante és tu, solidão?

Leva consigo meu peito

E este amor que nem mesmo sei direito

Se posso chama-lo de amor!

E agora, de tristeza, fechei meus olhos

Boa noite, solidão!



Débora Santos





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sábado, 29 de janeiro de 2011

Um verso sem anexo...

Todo verso que canto é triste
Mas bem sei que só canto quando estou em solidão
Canto um canto sozinho
Meu violão desencanta
À mercê do teu encanto!

Quando me vi chorando a beira do teu beijo
Meu amor que medo!
O meu desejo por tua boca tirava o sossego!
Meus dedos não mensuravam o desastre que seria...
Teus beijos minha guia...
Submeteriam-me eternamente a escravidao, tua escravidao...

Sagrada sereia indecisa...
Tudo o que sei, é que lhe preciso

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Porta Incerta...

Eu ia passando, quando percebi a tua porta entreaberta

logo soube que aquela entrada, doce entrada incerta

Levaria o que restava do meu peito de poeta.

Simulei um sorriso

Um olhar indeciso

E até mesmo um beijo que foi preciso.

Sussurrei um nome que era o teu

E jurei que se tu quisesses seria eu

Eu o homem que adoçaria teu favo de mel

Eu, seria eu, o homem que te acariciaria!

Eu! Seria eu e e somente eu, o homem que lhe beijaria!

Na penumbra, eu...

lábio meu...

Eu sabia desta porta incerta

Pobre de mim tolo poeta.

Crer nuns olhos de borboleta

Que me olhariam e me deixariam

Naquela véspera.