boa noite, solidão!

Boa noite, solidão!

Já me aguardavas no meu leito

Para acompanhar-me na noite?

Do que devemos falar,

De devaneios, sonhos, ou paixão?

Boa noite, solidão!

Amiga incerta e vã...

Acaricia-me as lágrimas e se deleita em meu divã.

Queres desabafar, rir, chorar,

Aconselhar-me ou calar-me?

Boa noite, solidão!

Queira ao menos me ouvir agora,

Já que vieste de fora, para deitar-se comigo!

Seja de certo meu ombro amigo

Ouça minhas palavras, distinta senhora!

Algo maltrata meu peito

Flores denominadas amor!

O que fazer nesta hora, em que tudo se torna distante

E o que mais me parece constante és tu, solidão?

Leva consigo meu peito

E este amor que nem mesmo sei direito

Se posso chama-lo de amor!

E agora, de tristeza, fechei meus olhos

Boa noite, solidão!



Débora Santos





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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Esgotou-se o sorriso

Meus sorrisos se esgotaram em Agosto!
Eu ainda menino não sabia o que era ser puro
Eu tinha um espinho furando minha carne
Apenas quisera apanhar algumas das rosas
E restou-me somente pontiagudos espinhos de veneno e dor
Minha carne esta doendo!
minha alma esta doendo!
Meu espectro em milhões de pedacinhos...
abaixei-me para junta-los, mas estão espalhados!
E alguns pequeninos se perderam!
Pobre de mim, pobre mim...
Que barco não tenho porto!
Que flor não tenho vaso!
Que boca não tenho sorriso
Desfiando em fios
Minha alma grita
calma! alma minha...
Com meus olhos pesados de tantos pecados
lágrimas incessantes molham minha face
Meu derradeiro olhar
apenas clama!
Chorando de pena de si mesmo!
Quão profundo pode ser a dor, a tristeza a solidão.

domingo, 17 de julho de 2011