boa noite, solidão!

Boa noite, solidão!

Já me aguardavas no meu leito

Para acompanhar-me na noite?

Do que devemos falar,

De devaneios, sonhos, ou paixão?

Boa noite, solidão!

Amiga incerta e vã...

Acaricia-me as lágrimas e se deleita em meu divã.

Queres desabafar, rir, chorar,

Aconselhar-me ou calar-me?

Boa noite, solidão!

Queira ao menos me ouvir agora,

Já que vieste de fora, para deitar-se comigo!

Seja de certo meu ombro amigo

Ouça minhas palavras, distinta senhora!

Algo maltrata meu peito

Flores denominadas amor!

O que fazer nesta hora, em que tudo se torna distante

E o que mais me parece constante és tu, solidão?

Leva consigo meu peito

E este amor que nem mesmo sei direito

Se posso chama-lo de amor!

E agora, de tristeza, fechei meus olhos

Boa noite, solidão!



Débora Santos





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sábado, 17 de outubro de 2009

Expliquei-lhe o amor

Eu disse adeus aos teus olhos de luz
Não me queriam!
Vestiam disfarces vagabundos!

Hoje revi minhas
palavras sozinhas!
Eu as queria...


Decidi que este seria um poema de adeus!

Dizem que os poetas bebem demais
Por que será que se corrompem?
Seria porque temem seu querer sem tamanho?

Esta pagina decidi que não teria rascunho
Pois fora feita a meu punho...
E a estas letras não deixaria fugir!
Fuga de nenhum sentimento!
As letras dançam valsas incoerentes
Que fogem desta caneta, saltam de minha gaveta!
Cofre de meus sentimentos...

Deveras vezes perdão eu lhe pedi, sensata dama!
A quem debulhei pensamentos,
Descrevi meu olhar, expliquei meus momentos.

Ai, ai, ai de mim...
Que sou vil, inconsequente e bandido!

Deveras vezes dedilhei tu'alma...
pois pensei que era minha

Dedico-te minha ultima valsa, solene, mesquinha
Mas era tua, não minha!

Bailaste em meu corpo, teu corpo doente
Doente de amor, sedento de dor!
Em noites vazias
teus olhos o calor!
foras minha!
Deixei em teus olhos, momentos e flor...
Minhas mãos ainda estão em teus seios.
Pegadas sem freios!
Eras minha...
numa noite vazia, conheceras o amor
que eu lhe dei!
expliquei-te o que eras de fato mulher!
naquele instante e em todos os outros, foras minha...

De nada eu sei, senão do amor
Das minúcias e rimas, somente eu sei
Intimamente os conheço e sei soletrar!

E eu lhe falei de fadas e flor;
Por isto o amor, eu lhe expliquei
Teu peito de dor curei para mim...

Meu bem, meu bem, leve de mim
Apenas as cores de um verso sem fim

Poeta eu sou!
Com todos os detalhes
Das noites boemias, das damas pequenas
Das canções e da dor!

Poeta me fiz...
Para talvez condenar o teu peito
A deixares o direito de seres feliz!

Esqueças os versos, esqueças a dor
lembre do amor que um dia lhe fiz!