Lua, Rosa branca...
Flutuas no céu, sozinha...
Quem foi que a despetalou,
E a deixou semi nua, minguando...
Escondendo tuas vergonhas com o manto negro da noite?
A confundiram um dia...
Uns olhos caiados e robustos de arrelia!
Pensaram que eras um queijo!
Gente desmamada!!!
Possivelmente, não tivera mãe
E nem mesmo beijo de namorada!
Pois qual ser, que diante da contemplação
De tua silenciosa solidão;
Nas noites em constante vigilia
Em que vagas com teu clarão
À conotariam, apelidariam-na Queijo?!?
Qual ser, desprovido de suavidade
Nunca a adorou em madrugada dolorida;
Com os olhos d'água a confessar um amor perdido
Acaso, confessara esta mágoa à um Queijo?
Justo tú, Rosa pálida,
Que foras condenada à solidão etérea...
Perambulas desconsolada
Pelo buraco escuro da madrugada...
Não podia de fato ser Queijo!
Pois quais mãos abençoadas
Saberiam elaborar com tamanha precisão,
um Queijo com teu padrão???
Que em vezes estaria robusta, 'Cheia'!
N'outras ainda com novidades!
Não velha, mas 'Nova'!
Ou qual homem, conhecedor da culinária celeste,
Moldaria um Queijo,
Que vezes cresceria em harmonia, 'Crescente';
N'outras ainda sem fermento 'Minguaria'?
Não, não, não!
Quem a confundiria com um Queijo,
Pétala branca e solitária?
Certamente homem deveras descontente.
Que desconhece a ventura da paixão ardente!
Que fora abandonado pela mãe ainda no ventre,
E não aprendeu a sonhar contente!
Este cigano mal humorado
Não deve ter conhecido em vida,
Nenhuma poesia...
Ai que se eu o encontro andante pelas ruas,
Dou-lhe logo uma palmada
E depois de rima, lhe conto uma ou duas!
E aposto, Rosa branca, Lua,
Que nunca mais lhe chamará Queijo!!!
E já que estas a partir,
Rasgando a noite enfada,
Vai-te com Deus,
Um abraço e um beijo!!!
14/05/2009