boa noite, solidão!

Boa noite, solidão!

Já me aguardavas no meu leito

Para acompanhar-me na noite?

Do que devemos falar,

De devaneios, sonhos, ou paixão?

Boa noite, solidão!

Amiga incerta e vã...

Acaricia-me as lágrimas e se deleita em meu divã.

Queres desabafar, rir, chorar,

Aconselhar-me ou calar-me?

Boa noite, solidão!

Queira ao menos me ouvir agora,

Já que vieste de fora, para deitar-se comigo!

Seja de certo meu ombro amigo

Ouça minhas palavras, distinta senhora!

Algo maltrata meu peito

Flores denominadas amor!

O que fazer nesta hora, em que tudo se torna distante

E o que mais me parece constante és tu, solidão?

Leva consigo meu peito

E este amor que nem mesmo sei direito

Se posso chama-lo de amor!

E agora, de tristeza, fechei meus olhos

Boa noite, solidão!



Débora Santos





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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

AMOR DE SEMPRE...

Meu amor de sempre e para sempre amado.
Outra vez eu olhei teus olhos que um dia amei.
Eu já te amava antes mesmo de nascer.
Meu querido teus olhos de gato
Faz-me sentir o que é de fato
O amar, o amor...
Obrigado por habitar novamente meus sonhos
Meu Deus somente Tu e eu sabemos quantas vezes
Eu pedi o teu amor de volta
O teu beijo denovo
Que minha suplica nunca fora acontecimento novo!
Eu o amo ainda, como o amei
Quando olhei teus olhos pela primeira vez!

VERSO A NAMORADA''

VERSO A NAMORADA
O coração da namorada batia devagar
O peito dela caminhava sem pressa!
Era um coração amante, amado
A namorada era bela
A namorada era minha
Era linda e era pra mim.
Estava em meu beijo feito mariposa singela!
Beijava-me feito mariposa beija a vela.
Tinha um olhar de namorada sem paixão!
As vezes dizia sim, n’outras não!
Quando meu peito vazio pedia um beijo
Ela dizia não!
Mas ela era tão linda...
Tinha na pele clara cheiro de flor
E gemia baixinho pra falar de amor
Eu corria pra ela
Eu fugia dela
Eu a amava e fingia que não!
Quando eu vigiava teu sono, como hoje
Tinha ciume dos teus sonhos
Mas eu não tinha sono
Eu sabia que ela me olhava
Mas não estava certo se ela me amava!
Mas quando meu beijo encontrava o dela
Havia algo de magia, de loucura de mentira
Pois aquilo não podia ser verdade!
Ela se vendera pra mim
Por alguns beijos pequenos
Por uns versos serenos, profanos.
A esta hora eu de mais nada sei!
sei que a tenho
E que ela tem pena de mim.
Pois sabe que eu poeta, sou escravo da madrugada,
De sonhos noturnos, absurdos!
Mas, minha cama exibia teu corpo semi nu.
O corpo que eu degustara outra tarde.
Ela não entendia meu poetar
Meus sonhos noturnos, solitários
Entre a caneta o papel e eu!
Boa noite namorada!

Falando de adeus

As luzes da cidade começam a adormecer
Os boémios se foram dos bares
Os maridos estão em seus lares
As putas estão em seus devidos lugares,
Amando os trocados dos homens que a compraram
Sugando com adultério, o amor morto
E eu estou aqui
Fechado neste quarto
Em meu pobre porto
Sozinho, despedindo de ninguém
Meu amor já se foi também!
Me disse adeus, chorou, sorriu, partiu.
Eu era tão teu, que tu parecia ser eu!
Quando eu te olhava na despedida
E sentia o perfume da tua pele
Pele que eu amava
Tua boca macia, singular e doce
Falava-me de adeus
Mas eu, eu estava entorpecido
Com a musica ímpar da tua voz
Alucinado com o cheiro dos teus cabelos
Com tuas pernas cruzadas a mostrar teus joelhos!
Eu decorava cada gesticular de tua afável mão.
Que insistia em dizer adeus.
Em explicar-me que eu poderia ser feliz longe de ti
Tu estavas por ora tão dona de si
Que tive medo de estar tão evidente minha suplica de tolo
Tolo este que nem de sua tolice soube aproveitar
Tolo que não sabe amar

rabisco dos pes...

Eu ouvia sussurros
Mas de onde vinham?
Por acaso seria alguém
Que me adorava em silencio?
Havia suplicas que eu não entendia
Suplicavas o que?
Beijo sem cinema?
Coito sem dilema?
Ai que eu ainda sonhava com o perverso mamífero
Que não amou ninguém!
Apenas matou com seu olhar desesperado,
Seu olhar desnudo, pelado!
Coitado, coitado...
Não possuía vestimenta
Nem unguento
Nem nada!

olhos fechados

Vou abrir os olhos,
Olhar a vida diferente
Coloquei tranca no meu seio vazio
Estou , novamente, atravessando a madrugada fria de olhos abertos
Na boca o amargo da bebida,
Que desce a garganta feito licor de mel!
O bom poeta canta pra mim, baixinho no radio
Enquanto eu velo minha própria tristeza
Quantas noites eu chorei!
Quantas foram meu Deus?

11 de agosto

Da minha boca escorria palavras doces
Como se fosse mel de abelha
na minha boca farta de dentes
Faltava meu riso inerente
De amante descontente
Havia chorado ainda há pouco
Enquanto lhe explicava
O quanto e tanto, eu lhe amava
E que ninguém lhe amaria como eu
E estas coisas que diz-se quando se quer de volta
O ser que foi seu.
Eu a olhei ainda há pouco,
E tu tinhas os mesmos olhos
Aqueles que me amaram um dia
Varias noites, na mesma cama
Eu quase desesperado, sussurrava pra não gritar!
Porque teus olhos deixaram de me amar?
Se meus olhos cegos de paixão
Viam a escuridão da tua sanidade e certeza!
Eu sabia que tinhas o direito de partir
Por tudo que não fiz direito contigo
Roubei varios dos teus lindos sorrisos
E os troquei por lágrimas cruas
Oh! Meu amor
Eu não devia te-la feito chorar
Se podia e sabia, fazê-la feliz...
Teus olhos tao bonitos
Corriam entre meus dois olhos e fugiam
Eu a amava, ao mesmo tempo que não sabia amar
Hoje nesta madrugada de agosto
11 de agosto
Eu sorri e chorei ao beijar teu rosto
Jurei entre lagrimas que estava disposto
A traze-la de volta!
Mas meu amor,
Eu sei que isso não posso
Pois este insano amor que lhe devoto
Que é teu que é nosso
Não lhe faz o bem que mereces e que denoto.
Este poeta não soube desenhar com fatos
O que desenha tanto com palavras

Quem sou eu?

O que sou eu?
Feito espelho sem reflexo
Não me imagino, não me entendo, não sei quem sou
Eu sei neste momento, que meus olhos querem chorar
Já estão pequenos, talvez de sono
Talvez de culpa
O que sou eu
Minha vida tem-me parecido uma historia
Que eu assisto do lado de fora
Sem poder opinar, ou mudar o que quer que seja.
Parece que sou personagem
De um filme que alguém escreveu e não leu!
O tempo tem passado
Parece ontem era criança
E hoje já tenho marcas e cicatrizes dos anos que vivi!
Quem sou eu que não me encontro
O que são os sonhos que sonhei
E não se realizaram
Viraram pesadelos pesados!
Quem sou eu que não me reconheço no espelho?
Eu que nem mesmo caibo nas minhas roupas
Quem sou, este velho que me aparece no retrovisor do carro?
Com este olhar tristonho, desgovernado, envergonhado?
Não, não pode ser...
Onde estou que não me encontro?
Vou-me encontrar comigo
E quando eu estiver dentro de mim
Vou remover velhos trapos,
Limpar meu barraco,
Engraxar meus sapatos,
Esvaziar meus sacos
Cheios de miséria...
Onde estou que não me vejo
Escondo-me de mim mesmo
Em ocasiões cheias de desvantagens
Se alguém encontrar migalhas de mim
Ligue ao meu telefone
E me avise
Peço...
Em meus farrapos não pise!

sábado, 22 de outubro de 2011

Cartinha de amor

Quando esta singela carta de amor, tocar tuas mãos delicadas,
farão dois dias e uma madrugada que a teci com a pureza de um apaixonado
sua finalidade é infantil, diria que ate mesmo senil, mas sossegada!
tu que não és minha
tu que ainda me tens
tu que me enfada
tu que és rainha
tu que serás sempre minha
Esta noite mais que as outras
pensei em ti
e com uma saudade desesperada
estou tecendo esta pobre cartinha de amor,
manuscrevo para que lembres dos tantos versos que fiz a ti
para que talvez tu tenhas alguma saudade
desde singelo ser errôneo, que sabe te adorar!
lembre-se de mim meu amor
de quando me amavas!
tenha piedade deste pobre poeta senil
que lhe ama desde a primeira vez que a viu!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Nota de 100

não me vendo por trocados baratos
não me empresto por notas falsas
se não sabes eu sou nota dez
e não aceito trocados!

não tiraria nem a alça
do meu vestido
com esta nota falsa
nem com esta cara de bandido!

nao me venha com lorotas
comi d'outras bolotas
e sei que não me cai bem!
se ao menos tivesses uma nota de cem...

compraria um sorriso falso
ou um disco de bolero alto
ou quem sabe um par de saltos
que me cairiam bem...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

mariposa

Feito mariposa
Eu corria atrás do brilho do olhar de raposa
Eu que não era mais poeta
Eu que não era mais esposa
Eu que não era nada
Tentava aos poucos soletrar versos ofegantes!
Eu que tentava lembrar da poesia
Que na adolescência sabia
Encontrei um peito teso, tenso!
Com os olhos cegos para qualquer beleza
Escondia minha tristeza com os dedos da mão.

Poeta Pobre...

Poeta Pobre
Meu peito de poeta é pobre
Pobre peito de poeta, nada tem a dar
Com a face faminta
E o enlace desfeito
Nada tem a honrar
O poeta era inutil
Em sua habilidade futil
De nada sabia, somente falar
Era um belo enganador
Em sua torpe dor, sabia bailar
Pobre poeta pobre
Nobre enganador.
De nada sabia
Somente enganar a dor
Tua lágrima escondia
Mas teu peito doía
Pobre poeta pobre
Nobre enganador
Na roda rica, banal moda
Ele era o pobre poeta pobre
Nobre enganador!
Desafiava as palavras torpes
Ele era só
O poeta pobre
Era apenas o nobre enganador
De amor apenas sabia
O roubador de corações
O pobre poeta das canções
O pobre poeta pobre
Pobre enganador!

Mulher...

Depois daquela tarde que dedilhei tua face
E tu sussurraste em meus ouvidos
E depois que caminhei em tuas curvas
Eu soube o que eras de fato mulher!
O vento ventava e sussurrava palavras torpes
Feito ameaças
Eu já sabia em qual curva gemeria
E ainda assim a queria
Era doce e eu a queria
Era tensa e eu a queria
Era singela e eu a queria
Ela sangrava e ainda assim a queria!
A chuva caia e eu a queria
Enquanto sonhava, de devaneios dizia
E eu, não sei explicar, somente a queria!
O dia veio
E eu a queria!
Teu lábio era manso e eu a queria!
O teu cheiro era doce, e eu a queria!
Enquanto a beijava, teu seio me achava
E eu a queria!
E da menina, mulher lhe fazia!
Eu de nada sabia
Se deveria cubrir-lhe de beijos ou de poesia!
Se o meu olho chorava e o dela sorria!
Uma lagrima correu na minha face e ardia!
Porque? Porque eu a queria?
Ela caminhava bela, jovem e sadia
Eu, desajeitada de nada sabia
Meus cabelos dançavam em tuas costas macias.
Minha mão sobejava os restos da sua carne fria!
E em soluços eu questionava
Sera que ela também me queria?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Esgotou-se o sorriso

Meus sorrisos se esgotaram em Agosto!
Eu ainda menino não sabia o que era ser puro
Eu tinha um espinho furando minha carne
Apenas quisera apanhar algumas das rosas
E restou-me somente pontiagudos espinhos de veneno e dor
Minha carne esta doendo!
minha alma esta doendo!
Meu espectro em milhões de pedacinhos...
abaixei-me para junta-los, mas estão espalhados!
E alguns pequeninos se perderam!
Pobre de mim, pobre mim...
Que barco não tenho porto!
Que flor não tenho vaso!
Que boca não tenho sorriso
Desfiando em fios
Minha alma grita
calma! alma minha...
Com meus olhos pesados de tantos pecados
lágrimas incessantes molham minha face
Meu derradeiro olhar
apenas clama!
Chorando de pena de si mesmo!
Quão profundo pode ser a dor, a tristeza a solidão.

domingo, 17 de julho de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

Um verso sem anexo...

Todo verso que canto é triste
Mas bem sei que só canto quando estou em solidão
Canto um canto sozinho
Meu violão desencanta
À mercê do teu encanto!

Quando me vi chorando a beira do teu beijo
Meu amor que medo!
O meu desejo por tua boca tirava o sossego!
Meus dedos não mensuravam o desastre que seria...
Teus beijos minha guia...
Submeteriam-me eternamente a escravidao, tua escravidao...

Sagrada sereia indecisa...
Tudo o que sei, é que lhe preciso

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Porta Incerta...

Eu ia passando, quando percebi a tua porta entreaberta

logo soube que aquela entrada, doce entrada incerta

Levaria o que restava do meu peito de poeta.

Simulei um sorriso

Um olhar indeciso

E até mesmo um beijo que foi preciso.

Sussurrei um nome que era o teu

E jurei que se tu quisesses seria eu

Eu o homem que adoçaria teu favo de mel

Eu, seria eu, o homem que te acariciaria!

Eu! Seria eu e e somente eu, o homem que lhe beijaria!

Na penumbra, eu...

lábio meu...

Eu sabia desta porta incerta

Pobre de mim tolo poeta.

Crer nuns olhos de borboleta

Que me olhariam e me deixariam

Naquela véspera.